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Evangelistas protestam diante de igreja que fazia culto “pró-LGBT”


Protesto em frente a culto LGBT
Protesto em frente a culto LGBT. (Foto: Reprodução / Youtube)
A cena chamou atenção de quem passava pelo centro de Bristol, Inglaterra, durante o sábado (14). Manifestantes carregavam cartazes dizendo: “O inferno é real. Arrependei-vos para que sejam salvos Atos 3:19” e “Deus nos criou homem e mulher Gn 1:27”.
Estranhamente, o protesto era feito diante do John Wesley’s New Room, o mais antigo templo metodista do mundo. Foi ali, em 1739, a convite de George Whitefield, que John Wesley começou a pregar para os mineiros. O prédio é de 1748, quando estava consolidado o movimento que se dividiu dos anglicanos, a religião oficial do país.
    John e seu irmão Charles Wesley defendiam a importância da vida piedosa, através da leitura da Bíblia, da prática da oração, do jejum, da visita aos presos e aos enfermos. Eles marcavam sua identidade por ensinar um método: dias fixos para praticar o jejum, hora certa para a leitura da Bíblia e oração, dia de visitar os presos etc. Por causa dessa organização, esse grupo foi “apelidado” de Metodista, ou seja, aqueles que têm método.
    Mas em 2018 a história é outra.
    A Marcha do Orgulho LGBT de Bristol ocorreu no sábado, atraindo milhares de pessoas. Um grupo de evangélicos liberais, que defendem “uma presença cristã alegre, amorosa e inclusiva” nesse tipo de evento, promoveram um culto especial, como demonstração de apoio aos LGBT.
    O pregador era o presidente do distrito Metodista de Bristol, pastor Jonathan Pye. Do lado de fora, quatro evangelistas liderados pelo pastor Dia Moodley, da Igreja Espírito da Vida, promoveram um manifesto de desagravo contra as cerca de 70 pessoas que estavam na igreja no tal culto de inclusão.
    Apesar de serem taxados de fundamentalistas, eles mantiveram sua posição crítica. Segundo o Christian Today, do lado de dentro, logo que o sermão acabou, dois outros manifestantes começaram a gritar versículos bíblicos condenando a prática da homossexualidade.
    O protesto foi apoiado pelo grupo conservador Christian Concern, que emitiu uma nota em seu site nas redes sociais, assinado pela sua diretora Andrea Williams. “A herança do sólido ensino bíblico sobre a sexualidade humana, proclamado fielmente por líderes cristãos como John Wesley, deveria ser sustentado pela igreja e não destruído. O metodismo foi muito importante, e acho muito triste ver seus espaços que deveriam ser destinados à proclamação do glorioso evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo sendo usados para celebrar um estilo de vida sexual que ele condenava”.
    “Terremotos são um alerta de Deus”, diz rabino-chefe de Jerusalém

    “Terremotos são um alerta de Deus”, diz rabino-chefe de Jerusalém

    Shlomo Amar afirma que “o povo judeu precisa acordar e voltar para Deus”


    Shlomo Amar
    Shlomo Amar, rabino-chefe de Jerusalém.
    Uma onda de terremotos de baixa intensidade atingiu Israel nas últimas duas semanas. Além das conhecidas explicações científicas para o fenômeno, o rabino-chefe de Jerusalém acredita que há um aspecto espiritual.
    Shlomo Amar, de 70 anos, líder maior dos sefarditas, assegura que esses terremotos mostram que o povo judeu precisa “acordar” e voltar para Deus. No seu entendimento, são mensagens claras para “para que o povo de Israel acorde”.
    “Recentemente houve terremotos [em Israel]. Isso é Deus nos sacudindo, nos sacudindo para acordarmos”, disse o rabino ao jornal Arutz Sheva. “Como Ele vê que não estamos acordando, então Ele nos sacode e nos chama para despertarmos do sono profundo!”.
    O líder religioso citou o profeta Jeremias: “Por que estamos esperando para acordar e retornar para Deus? Esquadrinhemos os nossos caminhos, e provemo-los, e voltemos para o Senhor [Lamentações 3:40]”.
    Jesus, o Cordeiro de Deus

    Jesus, o Cordeiro de Deus



    "Sacrifícios e ofertas tu não quiseste, mas um corpo tu tens preparado para mim; em todos os holocaustos e sacrifícios pelo pecado tu não tens tido prazer. Então eu disse: Eis que me agrada fazer a tua vontade, ó Deus (no rolo do livro está escrito a meu respeito)" [Traduzido da Septuaginta*] (Salmo 40.6-8 – 1000 a.C.).
    "Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. Ora, todo sacerdote se apresenta dia após dia a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados; Jesus, porém, tendo oferecido para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Porque com uma única oferta aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados" (Hebreus 10.10-14).
    Neste artigo, você terá que usar toda a sua capacidade intelectual, porque os argumentos e a lógica que esses estudiosos do Velho e do Novo Testamentos usam para apresentar o Messias como uma pessoa divina que se revestiu de um corpo humano, em certo ponto da História, são tão profundos e tão fascinantes que você não desejará perder qualquer nuance de seu significado.

    Deus se Torna "Carne"

    Para muitos adoradores dedicados do Deus Jeová, é a própria essência da blasfêmia dizer que houve uma época em que Ele se revestiu de um corpo humano e viveu aqui na terra como homem por um período de tempo. No entanto, existem profecias específicas no Velho Testamento que indicam que muitas coisas aconteceriam quando o Messias viesse à terra.
    O Salmo 40 é uma dessas passagens proféticas as quais aludem à encarnação, dizendo que Deus não tem alegria real em holocaustos e sacrifícios, mesmo que eles tenham sido os meios ordenados por Ele para tratar com o pecado e suas conseqüências na época do Velho Testamento. O salmista predisse que haveria uma época quando Deus não exigiria mais sacrifícios. Haveria uma época quando Deus prepararia um corpo para o Seu Prometido que haveria de vir e fazer a vontade de Deus na terra. Já temos visto através de muitas profecias que Aquele que haveria de vir não é ninguém, senão o próprio divino Messias de Israel.
    Uma interpretação judaica muito antiga no Midrash sobre a genealogia do Messias faz uma referência ao Salmo 40, e diz que o próprio Messias está falando através do salmista. O escritor da epístola aos Hebreus cita da Septuaginta grega o texto do Salmo 40.6-8, e o usa como base para o clímax do seu argumento a fim de convencer os seguidores hebreus de Jesus de que a Sua morte sacrificial cumpriu e, portanto, anulouo sistema mosaico de sacrifícios de animais.

    Nenhum Sacrifício É Necessário Agora

    É impossível para nós, hoje em dia, percebermos o impacto total causado por uma afirmação como essa sobre pessoas cujas vidas se desenvolviam em torno do sistema de sacrifícios de animais e do perdão temporário de pecados que por eles obtinham. A fim de crerem nessa verdade de que os sacrifícios de animais não precisavam mais ser oferecidos, o escritor de Hebreus tinha que lhes apresentar uma prova muito convincente de que isso era de fato assim, partindo da própria Escritura que eles conheciam.
    Um dos principais argumentos que ele usa é o Salmo profético de número 40, o qual está centralizado no fato de que Deus prepararia um corpo para Aquele que viria para fazer a vontade de Deus. Como já era de se esperar, existe uma disputa acirrada sobre a frase do Salmo 40 que diz: "...um corpo tu tens preparado para mim." No texto hebraico oficial, o masorético, esse texto diz outra coisa: "Tu abriste meus ouvidos". No entanto, a Septuaginta, a versão grega do Velho Testamento (250 a.C.), traduz a frase como "um corpo tu tens preparado para mim."
    A melhor evidência disponível indica que ambas as traduções são bem antigas e genuínas. Então, por que há diferenças entre elas?
    A melhor explicação é que os homens que traduziram o Velho Testamento hebraico para a Septuaginta grega, por volta de 200 a.C., parafrasearam o significado dessa porção do Salmo 40. Esse tipo de paráfrase é conhecida como targumizar, e era uma prática comum de tradução de escritos bíblicos. A paráfrase não nega o significado das palavras originais; ela apenas coloca o sentido do texto em expressões idiomáticas ou conceitos que são mais familiares à audiência da época.
    Esse é o caso da frase "abrir ou perfurar as orelhas de alguém". A frase está relacionada com a submissão completa e voluntária de alguém a outra pessoa. A idéia é expressa esplendidamente em Êxodo 21.2-6, onde se discute o caso de um escravo que ama seu mestre e se voluntaria para ser seu escravo durante toda a vida. Moisés instrui o mestre a perfurar a orelha do escravo com um objeto pontiagudo, de tal forma que isso permaneça como um sinal de que ele voluntariamente decidiu servi-lo durante toda a vida.
    Assim, o perfurar ou traspassar de uma orelha era um sinal e um símbolo da apresentação voluntária de si mesmo como escravo eterno. Essa idéia foi interpretada e parafraseada na Septuaginta pelos estudiosos do hebraico como "preparaste um corpo para mim", porque essa era a idéia grega que correspondia a total submissão, e com tal expressão os leitores gregos da Septuaginta estariam bem mais familiarizados.
    Sacrifício

    O Sacrifício Que Satisfez

    Se o Messias deveria vir e habitar em um corpo especial que Deus havia preparado para Ele, qual seria o propósito de tal feito?
    Existem muitas facetas conectadas à resposta dessa pergunta. No entanto, o objetivo primário da encarnação era que Deus pudesse colocar sobre Ele, um homem sem pecado, os pecados de toda a humanidade. Então, o corpo desse homem especial, separado por Deus como cumprimento do cordeiro sacrificial, poderia sofrer a penalidade do pecado que é a morte, de tal maneira que Deus poderia aceitar Sua morte como substitutiva de cada homem que cresse em sua eficácia a seu favor.
    Isso é o que Isaías tinha em mente quando profetizou que "o Senhor fez cair sobre ele (o Messias) a iniqüidade de nós todos" (Is 53.6). Isso também é o cerne de tudo o que os escritores do Novo Testamento ensinaram sobre o papel de Jesus como "o Cordeiro de Deus". Pedro escreveu: "...sabendo que não foi mediante cousas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos por amor de vós..." (1 Pe 1.18-20).

    Sacrifícios Inerentes ao Judaísmo

    O conceito de um substituto sacrificial pelos pecados de outro estava inerente ao judaísmo antigo, ainda que não seja predominante no judaísmo de hoje. Os antigos expositores rabínicos podiam claramente entender a mensagem do Salmo 40, de que holocaustos e sacrifícios de animais não eram o plano desejado e final de Deus em Suas tratativas com os pecados do homem.
    O escritor do livro de Hebreus, um homem totalmente imerso em todos os ensinos do judaísmo, realmente mostrou que os sacrifícios de animais da lei mosaica eram inadequados:
    "Ora, visto que a lei (de Moisés) tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das cousas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente eles oferecem. Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos, porquanto os que prestam culto, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de pecados? Entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que sangue de touros e de bodes remova pecados" (Hb 10.1-4).
    A lógica aqui é irrefutável. Se os sacrifícios de animais realmente pudessem perdoar pecados, as pessoas não teriam necessidade de serem continuamente relembradas de que seus pecados eram somente temporariamente cobertos pelos sacrifícios de animais. Era necessário haver um sacrifício que não somente cobrisse o pecado, mas que o destruísse, de uma vez para sempre, deixando de ser uma barreira entre o homem e Deus.
    Cordeiro

    Os Bens Vindouros

    Quando o escritor de Hebreus disse que a lei era somente uma sombra dos "bens vindouros" e não a sua realidade, ele estava pensando na solução permanente que Deus havia planejado, a de trazer Seu Cordeiro-Messias a este mundo, e, de uma vez por todas, julgar o pecado no Seu sacrifício substitutivo. O plano de Deus era acabar com todo o sistema de sacrifícios e de satisfação diária de Sua justiça ofendida pelo homem; e, ao fazê-lo, acabar também com a necessidade da lei externa e ritualística de Moisés.
    Já que o Messias de Deus, Jesus, cumpriu o Seu papel como Aquele que leva o pecado do mundo, Deus agora está livre para perdoar os pecados dos homens puramente na base da fé deles nesse sacrifício permanente. Ele pode agora escrever as Suas leis divinas nos corações dos homens; Ele pode vir e viver dentro deles na pessoa do Seu Santo Espírito, e assim capacitar os homens a obedecerem às Suas leis motivados pelo amor e pela gratidão.
    Jesus, o Messias, era "o bem" vindouro. Como o salmista disse a respeito dEle: "Oh! provai, e vede que o Senhor é bom" (Sl 34.8). (Hal Lindsey - http://www.ajesus.com.br)
    * A Septuaginta é a versão do Velho Testamento hebraico para o grego, que foi feita por setenta e dois estudiosos rabínicos. A obra de tradução foi completada no ano 250 a.C.
    “A Igreja já estava dividida antes do início da Reforma”

    “A Igreja já estava dividida antes do início da Reforma”


    Uma entrevista com o historiador eclesiástico e pastor Sven Grosse sobre Reforma, unidade, verdade e o essencial. Entrevista conduzida por René Malgo.
    Muito se escreve e se diz neste ano sobre Lutero – são críticas e elogios. Mas, afinal, qual foi o cerne da mensagem de Lutero?
    Lutero mesmo resumiu sua mensagem no hino natalino “Eu venho desde os altos céus”. Ali se diz: “O Senhor Cristo, nosso Deus [...] ele mesmo quer ser o vosso Salvador e purificá-los de todos os pecados” (cf. a versão alemã no Hinário Reformado alemão 394.3).
    Há críticos dizendo que a Reforma foi uma tragédia porque dividiu a Igreja em inúmeras denominações e comunidades independentes. O que o senhor diria diante disso?
    Basicamente, como cristão não se pode falar de algo “trágico” na história, porque a história repousa nas mãos de Deus e ele a conduz a um fim bom. No entanto, pode-se e deve-se falar de forma desapaixonada a respeito do fato de que a Reforma também teve consequências negativas – e esta certamente é uma delas. Não se deveria, porém, esquecer diante disso que a igreja já estava dividida antes do início da Reforma (igreja oriental e ocidental), e que as divisões não foram nem a única consequência da Reforma, nem a mais importante delas.
    Quais seriam algumas das consequências positivas da Reforma e da mensagem de Lutero em particular?
    De forma bem genérica, pode-se dizer que os temas do cristianismo passaram a ser levados muito mais a sério do que antes em todos os ambientes – inclusive o romano. Nas vésperas da Reforma, a Europa estava dominada por uma espécie de cristianismo cultural. Ou seja: cultivavam-se em toda parte procedimentos de formato cristão, mas pessoalmente não havia compromissos significativos. Outra consequência que ainda hoje é atual é Lutero ter deixado claro que o relacionamento do homem com Deus é uma área na qual o Estado não pode interferir com seus recursos de coerção. Ao mesmo tempo, porém, ele não entendia a tolerância como falta de compromisso religioso que deveria ser preservada a bem do convívio pacífico. Isto o distingue do conceito de tolerância predominante hoje.
    Será que hoje sequer seria possível uma unidade entre as denominações cristãs tão diferenciadas?
    Antes de tudo, é preciso constatar que já existe uma unidade que perpassa os limites denominacionais. O corpo de Cristo não está dividido (1Co 1.13). Existe, sim, uma clara apostasia de Cristo. Existem também diferenças entre os grupos cristãos – as denominações – que não são insignificantes, mas que, apesar disso, são apenas diferenças entre cristãos. Seria possível superar essas diferenças? Quando o Senhor voltar, no mais tardar, elas serão superadas. Se isso já acontecerá antes não tenho como dizer, mas cabe a cada cristão contribuir para essa superação.
    Nesse contexto também precisamos considerar quanto já se conseguiu. Existe a Concórdia de Leuenberg, de 1973, que reconciliou a igreja reformada com a luterana.
    Em nossa faculdade, a STH Basileia, encontram-se docentes e alunos pertencentes a várias denominações: luteranos, reformados, independentes de tradição batista – o que nos séculos XVI ou XVII teria sido impensável.
    Quais seriam os pontos da fé cristã que de modo nenhum poderiam ser sacrificados nos esforços por unidade? Que limites cristão nenhum deveria ultrapassar?
    Novamente de forma bem resumida: é a fé no Deus trino, testemunhado inequivocamente na Bíblia, a fé no Senhor Jesus Cristo, que quer e pode ser nosso Salvador que nos purifica de todos os pecados.
    Secularização da igreja significa uma crescente diluição daquilo que caracteriza a igreja.
    No cristianismo protestante, as diferentes vertentes invocam a Bíblia, mas em muitas questões ainda chegam a resultados divergentes. Como será possível que aqueles que se reportam à Palavra de Deus, e ainda assim divergem, possam convergir?
    É preciso ter em mente que também os cristãos tendem a fugir das verdades. Ma­rk Twain teria dito certa vez que, para ele, as partes problemáticas da Bíblia não são aquelas que ele não entende, mas as que entendia. Com isso ele já chegou bem longe! Existem bloqueios que nos impedem de reconhecer o que a Bíblia nos diz. Precisamos pedir a Deus que ele nos mostre esses bloqueios. Precisamos trabalhar objetivamente em favor da compreensão da Bíblia – e precisamos aguçar no outro a noção sobre Jesus Cristo – naquele indivíduo que pertence a uma outra denominação cristã contra a qual temos objeções, mas que assim mesmo crê e por isso é nosso irmão.
    Existe entre muitos cristãos uma grande reserva contra os esforços por unidade. Eles apontam para a necessidade de ocorrerem divisões para que os aprovados sejam conhecidos (1Co 11.19). Afinal, essa rejeição dos esforços por unidade alimenta-se da justificada preocupação com o risco de abandono da verdade da Palavra de Deus. Qual seria sua opinião a respeito?
    Não pode existir uma unidade genuína sem a verdade. Existe um movimento que conduz a uma unidade falsa: nela se pretende renunciar a todas as diferenças sem consideração pela verdade. Isso conduzirá também ao nivelamento das diferenças com outras religiões e com o ateísmo. A verdadeira unidade só existe numa convergência comum em direção a Jesus Cristo. Por isso, uma genuína busca de unidade só pode existir baseada na verdade. Se a pessoa do outro lado permitir reconhecer que ela olha para Jesus Cristo, existirá uma base sobre a qual se pode continuar a construir. Depois das concordâncias, as diferenças devem também entrar em discussão, mas o diálogo deve transcorrer de maneira fraterna. Durante a Reforma do século XVI, na maioria dos casos isso não ocorreu.
    Haveria necessidade de uma nova Reforma na cristandade ocidental? Em caso positivo, qual poderia ou deveria ser seu aspecto?
    É evidente que sim. A secularização, ou seja, a descristianização, não vem ganhando predominância apenas na sociedade. Ela também se apossou das igrejas. Com maior intensidade as igrejas evangélicas populares [1], depois nas igrejas católicas romanas, mas também as igrejas independentes não se devem considerar imunes. “Reforma” significa que a igreja aceita adquirir uma nova forma por meio daquele que é sua verdadeira essência: Cristo. Secularização da igreja significa uma crescente diluição daquilo que caracteriza a igreja. Olhar para a Reforma do século XVI pode ajudar-nos a relembrar a essência do que é ser cristão: o próprio Jesus Cristo, Deus feito homem, e o seu poder de nos arrancar do pecado. Isso não significa apenas levar uma vida moral e politicamente correta. Essa Reforma inclui também que os cristãos não se deixem marginalizar por uma sociedade descristianizada, e que superem suas mútuas divisões.
    O que cada cristão poderia fazer pessoalmente – ainda que sem ocupar alguma posição de influência – para por um lado promover a Reforma e, por outro, a unidade do corpo de Cristo?
    Ambos devem andar juntos: Reforma e promoção da unidade do corpo de Cristo. Reforma significa cultivar um contato muito estreito com Jesus Cristo, com a Bíblia como sua Palavra, com outros cristãos – e de estar sempre disposto a prestar contas a todos –, inclusive aos que não creem –, da esperança que temos em nós (1Pe 3.15). E promoveremos a unidade do corpo de Cristo se buscarmos a amizade de cristãos de outras denominações, se descobrirmos Cristo neles, os entendermos e compartilharmos sua vida de cristãos na medida do possível.